Tola poética capilar
Cabelo mesmo de poesia, misturando tons de natureza e sentimento, cheio de fios de aurora. E sóis pálidos, que brilham lânguidos, sem cerimônia. São atirados, às vezes intensos, e na confusão se embaraçam. Gemas de ouro na alvorada.
Contenho neles também as vastas cores do arrebol, sou poeta. Tenho fios de crepúsculo que tingem em sangue nossas tardes...são rosas rubras no horizonte, queratinas avermelhadas, amor...tapete de fogo, verte do meu crânio aceso.
Se mistura, se condensa...madeixas noturnas, fios obscuros, sóbrios, não querem ser incomodados, são vizinhos recatados, buscando o silêncio da madrugada. É noite e luto e solidão na minha cabeça, individualidade na multidão.
Nessa aquarela em que se enraizam meus cabelos, frutificam minhas idéias. A minha inspiração tende a aumentá-las, e nem sequer penso em cortá-las, madeixas quilométricas...!