Da janela tento ver o que é a vida. Entendê-la. Sentir o que significa viver. Vejo um marasmo de gente se confundindo, fingindo que está com uma pressa que não tem. São como pequenas formigas nas suas tarefas triviais. Sinto no ar uma certa estática de não emoção. Um fio invisível parece ligar todas as janelas de todos os prédios, conduzindo um frenesi elétrico que promove a irritabilidade constante da população engaiolada em seus caixotes de cimento. Pouco mais vi ou senti, a não ser uma certa tristeza ao constatar como a vida do Homem é tão mal vivida.