Nuvem morta

Estou tomado por um verme estranho. Inquietude miocárdica... raiva, cansaço, insônia, feiura, tristeza. Estou acabado. Um verme púrpura que me esvazia por dentro.

Passei um ano pra escrever estas letras sem graça, sem estilo.

Não consigo reflexão alguma.

Como se meu eu lirico estivesse há um ano aguardando atualizar seu sistema operacional.

E fico olhando e patinando com as letras. Formo palavras, orações, mas nada que me faça sentir. Não consigo. É como não ter mais corpo. Antes fosse uma nuvem de angustias, decepções e tristezas cruzando o céu noturno.