Por desencargo de cansaço.
Sou tão escravo de mim,
Tão sofrido nas minhas sensações,
Tão doído em minha existência,
Tão alegre em meu sofrimento.
Que pequeno sou perto de minha alma!
Que fútil é o meu viver perto de minha essência!
Quão desiludidos são os meus sonhos!
Só escrevo isto por desencargo de cansaço,
O cansaço rebelde do qual sou feito.
Minhas imaginações são fruto de minha força.
Ai dos outros sem imaginação!
Onde está meu sentido, mesmo que não seja?
Queria chorar;
Queria chorar porque as lágrimas são minhas.
A única coisa que é minha, não do meu corpo
É a lágrima.
Quão minhas são as lágrimas!
Só sou alegre porque tenho lágrimas.
De uma alma sensível,
Pedro Lino.