Escombros

Tenho dado voltas e voltas

Pelo mundo afora...

Tenho tentado evitar parar

Dentro de mim, nesse caos

Que se multiplicou, quando se foi de mim, eu já sabia, o tempo todo eu sabia

que estava fadado o fim, que seria apenas passagem e não paragem...

Alimentei ilusões no meu mundinho onde eu sempre permito-me sonhar,

mas agora o que vejo são cacos pelo chão do meu coração, espalhados por todos os lados, escombros que restaram de uma ilusão.

Tenho desde então vagado pra longe de mim, tenho vadiado, como um ébrio longe de seu vício, vagando em busca da última dose...

do seu destinado fim.

E quem sabe eu embriague-me da dor,

e enlouqueça procurando teu gosto, teu cheiro, teu corpo que foi meu alento...

E continuarei a evitar-me, se preciso for esquecerei por um tempo, já que aqui dentro não mais reconheço-me,

é só a ti que vejo, pisando nos meus farrapos, rindo do meu fiasco.

Tenho sido uma louca, a negar minha própria sorte, aceitando, acolhendo o pranto de toda noite, desse meu vazio tão absoluto, dos teus rastros deixados que tomam conta de tudo.

Continuarei a vagar, até que eu vista minha armadura, que consiga lidar com minhas incertezas, até que eu aprenda rir da minha dor, e consiga enfim voltar a viver dentro de mim.

Preciso desmistificar a idéia de eterno que criei pra não aceitar o fim, preciso definitivamente parar de eternizar tudo ao meu redor, entender que tudo tem o tempo determinado de findar, é eterno tudo e somente enquanto não acabar.