Uma falsa serenata

Você me permitiu

Lhe cantar ao violão

Sob a luz das estrelas

Sob a lua uma canção

Mas aí você abre a janela

Num agradável sorriso

Maravilha, que só ela

Realmente é muito bela

De surpresa sem espera

Me atira da janela

Boa pontaria ela tinha

Um frio corre a espinha

Me joga com balde, a fera

Água suja com urina

Eu ensopado e abismado

Um tapado e abobalhado

Ela rir de se acabar, tão graciosa

Num riso encantador, feito rosas

Chorando de gargalhar, que dor

Seu rosto encantador, aí o amor

Ela então dá uma ordem

Abrem se o portão

De lá sai um enorme cão

Acompanhado de outros cães

Me põe acorrer rua abaixo

Me pegam a morder em baixo

Eita mulher esquisita

Eita mulher maledita

Triste cá estou andando

Triste eu vou cantando

Destruiu o meu coração

Destruiu o meu violão

Passam anos e semanas

Passam dias e mais meses

A vida segue o seu rumo

A vida segue e tomo prumo

Festa em casa e alegrias

Com comidas e bebidas

Tem brincadeiras diversão

Alguém diz pedinte no portão

Qual foi a minha surpresa

Que logo virou uma tristeza

Um acaso tão dolorido

Deixou-me de coração ferido

Descabelada maltrapilha

Magricela e desdentada

Eu me lembrei quem era ela

Perdi a fala e as idéias

Dei-lhe muito e até de mais

- Muito obrigada. E foi embora

Me segurei naquela hora

Triste não quis olhar pra trás

Hugo Deff
Enviado por Hugo Deff em 30/09/2020
Código do texto: T7076369
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.