Uma falsa serenata
Você me permitiu
Lhe cantar ao violão
Sob a luz das estrelas
Sob a lua uma canção
Mas aí você abre a janela
Num agradável sorriso
Maravilha, que só ela
Realmente é muito bela
De surpresa sem espera
Me atira da janela
Boa pontaria ela tinha
Um frio corre a espinha
Me joga com balde, a fera
Água suja com urina
Eu ensopado e abismado
Um tapado e abobalhado
Ela rir de se acabar, tão graciosa
Num riso encantador, feito rosas
Chorando de gargalhar, que dor
Seu rosto encantador, aí o amor
Ela então dá uma ordem
Abrem se o portão
De lá sai um enorme cão
Acompanhado de outros cães
Me põe acorrer rua abaixo
Me pegam a morder em baixo
Eita mulher esquisita
Eita mulher maledita
Triste cá estou andando
Triste eu vou cantando
Destruiu o meu coração
Destruiu o meu violão
Passam anos e semanas
Passam dias e mais meses
A vida segue o seu rumo
A vida segue e tomo prumo
Festa em casa e alegrias
Com comidas e bebidas
Tem brincadeiras diversão
Alguém diz pedinte no portão
Qual foi a minha surpresa
Que logo virou uma tristeza
Um acaso tão dolorido
Deixou-me de coração ferido
Descabelada maltrapilha
Magricela e desdentada
Eu me lembrei quem era ela
Perdi a fala e as idéias
Dei-lhe muito e até de mais
- Muito obrigada. E foi embora
Me segurei naquela hora
Triste não quis olhar pra trás