SILENCIOSA
Eu que já fui tão prosa.
Ando tão silenciosa.
Ando refletindo.
Ando sentindo.
O viver com mais intensidade.
Ando pela cidade.
A olhar.
As vidraças estão límpidas.
Não as dos prédios.
As da minha alma.
Ando vendo tudo que não via.
Ando silenciosa a pensar.
Eu que andava cantarolando.
Ando silenciando.
E no silêncio tenho notado faces neutras no meu caminho a passar.
Tanta gente em nosso coração consegue entrar.
Pena que tantos acabamos por retirar.
Por que as pessoas vivem a nos decepcionar?
Estamos tão longe da perfeição.
Deus consegue com a humanidade tão desigual lidar.
E no seu imenso coração a todos consegue guardar.
É muito árdua a tarefa de perdoar.
Mas precisamos neste caminho andar.
Só assim a paz pode nos chegar.