vulnerabilidade
Eu estou presente. De corpo inteiro. Ali, na beira do mar... E as ondas arrebentam em mim. E isso me apavora ao mesmo tempo em que faz com que eu me sinta viva. Estar vulnerável é assim. É como o pássaro azul de Bukowski. É a nossa essência, algo tão precioso dentro da gente em um mundo hostil, que tantas vezes nos deixou os joelhos e o coração ralado... Como não sentir medo? Ser feliz, talvez, tenha a ver com encontrar um sentido para o que vivemos. Como encontrar um sentido sem se conectar com a própria essência? E como se encontrar com essa essência sem se permitir estar vulnerável, ainda que seja na solitude? Certo dia, eu chorei na beira da praia, o corpo pequeno ali se despia de tanta dor. Sentia medo. Não queria me afogar. Eu sabia da sensação de afundar na água. Estar vulnerável é isso. Entretanto, todos os dias, faço uma escolha. Permito-me adentrar no mar e me banho nas águas salgadas de dentro de mim. Eu quero sentir que estou viva. Quero florescer e me agigantar. Eu escolho ir, nem que seja com medo. Eu sei que a vulnerabilidade é essencial no processo de cura.