ANTIGOS MENINOS QUE IAM...

E as relvas aparavam orvalho,

E meninos acordavam cedo para, no frio,

Percorrerem, desbravarem neblinas,

Aquecidos por casacos surrados, munidos de

Figurinhas de álbum para troca e bafo.

De meu batiscafo suponho estofo.

Estufas me sustentam, planadores

Arquitetam arquétipos arcados.

Não sou terra mas amar engolfo.

Dotado de frio, suores, flores

De minh' alma o ser amado.

E as relvas passivamente atinavam

Os rumos dos meninos que iam à escola.

Todas lições recebidas na quietude

De meninos pobres que iam ali aprender

Algo que talvez de nada lhes valesse.

Meu submarino amarelo se cantava.

Cantoria de decantações no recanto do armário,

No qual pedia ao tempo não passasse e a lava

Do vulcão Cronos talvez ardesse no aquário

Do menino-peixe abandonado por sereias,

Mas repleto de poemas em cada das veias...

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 29/09/2020
Código do texto: T7074854
Classificação de conteúdo: seguro