Memórias dos cadernos de Eva
Seu andar lento carregava as dores de uma vida árdua, de batalhas por aqueles que ela mais zelava, sua família.
O riso debochado, construído em cima de anos de experiências, de sofrimentos e sorrisos, as pequenas coisas que nos faz humanos, trazia uma paciência velada, de uma sábia senhora vivida.
A fumaça do seu cigarro dançava pela sala enquanto ela gargalhava, contando histórias de verões esquecidos, de pessoas que já não estavam mais ali.
Sob a atitude sarcástica e sorridente, Eva trazia em seu íntimo reflexões sobre a vida, a morte e o amor.
Encontrava na escrita uma forma de despejar no papel os pedaços das suas memórias e construir histórias fantásticas, narrando os momentos pelos quais vale a pena viver.
Apesar de estar incapacitada de andar pelo mundo, sua imaginação percorria as estradas mais perigosas e íngremes, que nenhuma outra pessoa conseguiria percorrer.
O tom doce da sua voz alternava com os conselhos severos, que só uma vó
Precisou partir, uma nova aventura a esperava, e foi-se com a certeza de que amou e foi amada, agora era hora de reencontrar velhos conhecidos e percorrer caminhos não percorridos e, sem pestanejar, fechou a porta e nunca mais voltou.
À Eva.