Uai, sô!

Vejo as folhas secas caindo,

a terra toda girando...

Não estou me achando!

Sento à beira; mão a algibeira,

às vezes, chorando!

Aonde foi o meu coração;

queria também poder fugir,

porém, não sou um bom ator.

A dor vem, dói-me aqui!

É cortante no meu peito.

Pelas ruas todo mundo é um suspeito,

daqueles que foram eleitos.

Uma avenida Anhanguera,

que cruza com a Goiás.

O presente que não passa,

de um futuro que não vem.

Caminhamos para trás,

Sol e lua nos embaçam.

Do que mais nos espera?

Penso nisso sempre mais.

Sempre mais!

Saudades tenho do meu bem.

Pena que foi por um triz!

Ela partiu em um trem...

Quem me trará boas novidades?

Por que ninguém me diz?

Todo mundo sente,

tem saudades!

Já não me encaro,

quase sempre me atrapalho.

Será que voltaremos a ser feliz?

Penso nisso sempre mais.

Sempre mais!

Quando chove meus olhos escorrem.

Distraio admirando aos "flamboyants";

percorro as alamedas, avenidas floridas.

Recordo tão belas manhãs;

O Bosque com os seus buritis,

a Praça Cívica e o seu Coreto,

a casa velha do doutor Pedro.

Sei de cor, desta arte em "Decó"!

Nuvens tornaram-se escassas de tinta,

deve ser porque muito escrevo.

Não minto, são os meus nervos!

Se me faltam tintas, sobra me letras!

Quero saber aonde foi aquela paz?

Falam que Deus é bom brasileiro,

pode ser, ou não...

Tudo o que sei é que perdeu o seu padeiro;

vai sem carros de boi e nem violeiros.

Outras coisa sei também,

filho de pobre tem bom cheiro,

todavia, pouco dinheiro!

Não sei porque tanto zum zum zum...(?)

É assim de norte a sul, isso é tão comum.

Deus, diga-me o porquê!

Não é que nasci um pessimista;

às vezes, me falta um sorriso.

O mundo é tão previsível.

Um dia também acreditei no impossível.

Fazia valer a minha ação,

hoje não,

hoje não!

Não me falem dos discursos das ruas,

nada disso me adoça.

Sinto a vida tão dura, crua!

Levo um peso sobre as costas.

O que poderia dizer mais um populista?

Tornei-me cético, puro anarquista.

Uai, sô! Não me aluga seu doutor!

Nasci em Goiânia, capital de Goiás.

Roo pequi, verso o meu goianês por ai...

Adoço as amarguras com pamonha.

Nenhum "pit dog" entende a fome que me consome.

Quem é que ainda sonha?

Penso nisso sempre mais.

Sempre mais!

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Autor:(ChicosBandRabiscando)

ChicosBandRabiscando
Enviado por ChicosBandRabiscando em 26/09/2020
Reeditado em 05/10/2020
Código do texto: T7073165
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