Lágrima na chuva

A chuva caía sem parar, meu olhar se perdia observando as águas na vã esperança de lavar minha alma de tantos pesares, em meio a tempestade em prantos me consumia,

Entre chuva e lágrimas, força tamanha me aturdia, em meio a pensamentos me perdia, em devaneios me torturava.

Tentei fugir de te amar, estava

presa da dor a sucumbia...

Da imensidão de lágrimas, um sentimento que nem queria sentir

Torpe doer que me vicia

De todos sentidos me exigia

Como boca que não se sacia

Sofria de noite e de dia

O meu amor já me consumia

Nas manhãs a dor florescia

No sol que se via ao longe fervia

Gelava uma fogueira a crepitar

Inundava meus olhos ao se fechar

Suspirava no acelerado respirar

nas portas que fechava batia

Deixava turva minha mente de melancolia...

Acordava-me enquanto dormia

Doendo... incessantemente doía

Ao longe era névoa que me envolvia

Na solidão era minha companhia

E mesmo nos sonhos mais doces

Te amar também me feria

fugia desse amar, tentativa falha...

quando minha boca calava, meus versos gritavam, já estava enraizado

em tudo que me envolvia...

E quando a chuva caía, eu sentia uma certa paz, por parecer que era só água da chuva que meu rosto molhava eu não precisava a ninguém confessar as razões de minhas lágrimas, pois ninguém notava, ninguém via...

Eu em minha solidão te busco ao longe

até no detalhe que se esconde,

a dor é meu alimento clandestino

Inocente, me engano te procrastino

Sem sentir tudo que sinto, seria fria e vazia

E por certo, faminta, sedenta ... em meio a loucura, entre lagrimas e chuva...

Eu morreria!