A doce Madalena fazia o mesmo percurso todos os dias. As sete da manhã saia de casa e caminhava rumo ao trabalho. Na ruazinha de tijolos, desfilava faceira, com seu guarda-chuva amarelo, sua farda amarela e aquele sorriso que fascinava todos os passantes. Parecia um ritual, o tialzinho para o bom velhinho que estava no banco da pracinha todas as manhãs, as brincadeiras com as crianças que iam para a escola e os cumprimentos cordiais para todos os que encontrava em seu leve caminhar.
O que a doce Madalena não sabia é que Ricardo, o vendedor de empadas, acordava todos os dias muito mais cedo que o necessário somente para vê-la passar em frente a sua banquinha.
O que a doce Madalena não sabia é que Ricardo, o vendedor de empadas, acordava todos os dias muito mais cedo que o necessário somente para vê-la passar em frente a sua banquinha.
- Ai meu Deus!!! Meu Deus!!! hoje ela conseguiu vir ainda mais bonita. Como ela é incrível, a incrível Madalena. Ela carrega o sol no sorriso, a lua na alma e as estrelas no olhar. Ela é o próprio girassol. É um anjo disfarçado de mulher. Como ela consegue ser tão incrivelmente maravilhosa, sem defeitos. Tão gentil, tão simpática, tão sorridente, tão educada, tão inteligente, tão, tão, tão!!! São tantos adjetivos que não consigo descrevê-los. (suspiros profundos).
Ricardo perdia-se em pensamentos, suspirava, e suspirava, e suspirava todos os dias ao ver aquela incrível mulher, porém nunca teve coragem de dirigir-lhe uma palavra sequer, emudecia quando ela cumprimentava-o ao passar pela banquinha.
- Bom dia Ricardo, tudo bem com você meu querido?
Ricardo só conseguiu fazer um leve gesto com a cabeça.
Ricardo só conseguiu fazer um leve gesto com a cabeça.
- Meu Senhor! esse meu amor platônico vai acabar me matando. Ah! Doce e incrível Madalena!