SEMENTES AO VENTO

Em certo momento da vida, já na terceira idade,

Quando a inocência e batalhas ficaram atrás,

Introspecções tornam-se mais frequentes,

Acelerando as profundas meditações.

São viagens em complexas incursões,

Eu solitário, voando sem mais assistentes,

A mente percorre espaços e não se compraz,

Quer obter respostas para sua forte curiosidade.

O Eu sabe de antemão são questões complexas,

A ciência vive correndo há séculos atrás delas,

O mesmo também acontece com a religião,

Ambas ficam escondidas nas sutilezas.

Enganam seus ouvintes em espertezas,

Mantendo-os prisioneiros de simples ilusão,

Mas as ilusões deixam atrás de si as sequelas,

E a própria evolução exibe as coisas desconexas.

A razão nunca poderá compreender isoladamente,

E somente pelo espírito, podem ser alcançadas,

Porém, são inacessíveis ao homem natural,

As verdades estão inclusas na realidade.

Somente o espírito tem essa capacidade,

O acesso, está apenas no homem espiritual,

Mas essas verdades não podem ser repassadas,

À racionalidade não compete absorvê-las na mente.

Conversa consigo mesmo, só assim pode conversar,

O seu portador não é compreendido por ninguém,

Ele surge na ansiedade na angústia e solidão,

Conhecimento espiritual traz o sofrimento.

Contudo quem o possui já neste momento,

Está muito agradecido, de todo o seu coração,

Ele sabe com exatidão o valor do tesouro que tem,

Faz sua parte joga sementes para quem puder pegar.

Jacob Boehme o sapateiro, maior Teósofo que se viu,

Escrevia pra si mesmo pra entender as inspirações,

Viveu 49 anos, mas, deixou obras memoráveis,

E 400 anos depois ainda não o entendemos.

Porém, o suficiente para tanto já recebemos,

Lições da Teosofia, foram apenas inimagináveis,

E do conhecimento de Deus abriram-se os portões,

As Dez Lições estão no Recanto, o leitor é que sumiu.

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 23/09/2020
Código do texto: T7070282
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