Venho através desta, comunicar-lhe seu engano comigo. Não sou diferente da humanidade. Sonho sonhos infantis como qualquer cidadão.
Tenho medos e coragens fora de hora.
Sofro de pobreza como grande parte do eleitorado. Não chego a ser
propriamente uma descalça, porém dependo. Dependo, entende?
Dentro do meu quarto imagino-me capaz de façanhas mil, penso-me dotada de
realizar tudo quanto desejo. Mas é bom que saiba, que mal a porta abre,
minha capacidade sai como a fumaça do cigarro que vou saboreando durante
minhas fantasias. Estou toda errada.
Se tento explicar-me, sinto paralisia cerebral instantânea. Não posso
lhe explicar porque não sei. Sou uma aberração, é o que sei.
Para o bem da verdade sou também uma observação.É que meu autor- atente para isto- escreveu-me de trás para frente.
Parece-me que nasci mãe, agora é como se eu nunca tivesse não sido mãe. O único estado em que me reconheço é o de mãe.
Não escolhi um destino, aceitei-o. Destino é uma palavra múltipla, não a uso com convicção, estou utilizando-a por falta de coisa que me valha melhor.
Esta missiva prolongada é necessária. Desculpe minha falta de coesão. Creio que o tempo já se encarregou de mostrar-lhe, que preciso ir à lua para dizer que estou na terra. Sou absurda, não esqueça. Não estou sendo irônica e é bom que não tenha dúvida!
Estou mostrando minha condição verdade, sem pudor, o que acaba sendo
engraçado para se ver, garanto-lhe que não tão agradável de se sentir.
Sei que é preciso parar de sonhar. Parar não, porque vivem me ameaçando, dizendo que quem não sonha, morre!
É preciso pensar feito recheio de pães, para que o sonho seja pequeno
porque a alma não é tão grande. Vejo-me generosa e em dois instantes,
conheço minha mesquinharia.
Tenho ataques de ciúmes, acredita? E cedo, cedo rápido aos apelos de
crianças gritando.
Não há coragem em mim para abrir as portas de corações alheios para você. Era de se esperar que eu exibindo uma espada saísse por ai, obrigando as pessoas a nos acolherem. Mas caio na realidade; não é época de espadas, vivemos em dias de automáticas.
Desculpe-me novamente o prolongamento de uma intenção tão pequena. Então não queira falar sobre coisas muito profundas comigo!
Resolvi ser limitada. Continuo minha inexplicação...
Vivo num universo paralelo, penso mil vezes.
Aqui é grande na área e pequeno na alma. Não se doam. Vivem num mundo de pessoas eternas. Aqui, não pensam que as coisas, por serem coisas mesmo, acabam, corroem-se e transforma em cheiro de naftalina. Oh não! Aqui tudo é infindável. Acabar e recomeçar os dias, não significa que o tempo esvai-se, é apenas sutileza. Aqui as frutas não amadurecem até se
estragarem, não! Aqui elas são eternamente saborosas.
Fico entre mundos opostos, porém semelhantes. Ninguém cede. Sei que o
tempo vai aguando o doce sabor dos frutos, mas estou impotente.
Um enorme vazio à minha frente me faz cruzar as mãos sob o rosto e
olhar para nada.
Silêncio e amplidão. É o desespero mais desesperado que conheço. É preciso um projeto meticuloso, mas eu mesma dou rasteiras em mim.
Tenho medos e coragens fora de hora.
Sofro de pobreza como grande parte do eleitorado. Não chego a ser
propriamente uma descalça, porém dependo. Dependo, entende?
Dentro do meu quarto imagino-me capaz de façanhas mil, penso-me dotada de
realizar tudo quanto desejo. Mas é bom que saiba, que mal a porta abre,
minha capacidade sai como a fumaça do cigarro que vou saboreando durante
minhas fantasias. Estou toda errada.
Se tento explicar-me, sinto paralisia cerebral instantânea. Não posso
lhe explicar porque não sei. Sou uma aberração, é o que sei.
Para o bem da verdade sou também uma observação.É que meu autor- atente para isto- escreveu-me de trás para frente.
Parece-me que nasci mãe, agora é como se eu nunca tivesse não sido mãe. O único estado em que me reconheço é o de mãe.
Não escolhi um destino, aceitei-o. Destino é uma palavra múltipla, não a uso com convicção, estou utilizando-a por falta de coisa que me valha melhor.
Esta missiva prolongada é necessária. Desculpe minha falta de coesão. Creio que o tempo já se encarregou de mostrar-lhe, que preciso ir à lua para dizer que estou na terra. Sou absurda, não esqueça. Não estou sendo irônica e é bom que não tenha dúvida!
Estou mostrando minha condição verdade, sem pudor, o que acaba sendo
engraçado para se ver, garanto-lhe que não tão agradável de se sentir.
Sei que é preciso parar de sonhar. Parar não, porque vivem me ameaçando, dizendo que quem não sonha, morre!
É preciso pensar feito recheio de pães, para que o sonho seja pequeno
porque a alma não é tão grande. Vejo-me generosa e em dois instantes,
conheço minha mesquinharia.
Tenho ataques de ciúmes, acredita? E cedo, cedo rápido aos apelos de
crianças gritando.
Não há coragem em mim para abrir as portas de corações alheios para você. Era de se esperar que eu exibindo uma espada saísse por ai, obrigando as pessoas a nos acolherem. Mas caio na realidade; não é época de espadas, vivemos em dias de automáticas.
Desculpe-me novamente o prolongamento de uma intenção tão pequena. Então não queira falar sobre coisas muito profundas comigo!
Resolvi ser limitada. Continuo minha inexplicação...
Vivo num universo paralelo, penso mil vezes.
Aqui é grande na área e pequeno na alma. Não se doam. Vivem num mundo de pessoas eternas. Aqui, não pensam que as coisas, por serem coisas mesmo, acabam, corroem-se e transforma em cheiro de naftalina. Oh não! Aqui tudo é infindável. Acabar e recomeçar os dias, não significa que o tempo esvai-se, é apenas sutileza. Aqui as frutas não amadurecem até se
estragarem, não! Aqui elas são eternamente saborosas.
Fico entre mundos opostos, porém semelhantes. Ninguém cede. Sei que o
tempo vai aguando o doce sabor dos frutos, mas estou impotente.
Um enorme vazio à minha frente me faz cruzar as mãos sob o rosto e
olhar para nada.
Silêncio e amplidão. É o desespero mais desesperado que conheço. É preciso um projeto meticuloso, mas eu mesma dou rasteiras em mim.