Ilusões

"Vinte e cinco anos não foram suficientes para te conhecer, e vivi todo esse tempo com uma sombra! Agora quando olho para você já não vejo mais nada, não sei quem é você!

Eu me enganei. Acreditei no que meus olhos viram e não escutei meu coração!..."

Foram essas as palavras que eu ouvi antes de descer as escadas, fechar o portão, olhar para ela enquanto virava o corpo voltando-se para dentro.

No caminho fui pensando e relembrando o que passamos juntos, não estava triste nem surpreso com o que eu acabará de ouvir, já estávamos no limite e tudo tem um fim.

Lembrei do nosso primeiro encontro, duas almas encobertas de sensações e ilusões postas em uma cama de solteiro velha, em um quarto com pouca iluminação, ela me olhou nos olhos e disse acenando com a cabeça “Eu sempre vou te amar!”. Seus cabelos balançavam com o vento frio que entrava da janela.

Eu sempre senti que esse amor não era verdadeiro e assim como ela, também me deixei enganar, agora vejo que ele foi como um vaso colorido de desenhos floridos com uma semente plantada que nunca floriu.