ANALOGIA SOBRE MEU ÚLTIMO ANO DE VIDA...! (Maysa de Sá).
Texto escrito por minha filha: Maysa de Sá, em 14/09/2020
Dia do seu aniversário.
Quando completei 35 parecia que tinha entrado em um Parque de Diversões.
Afinal, as primeiras horas deste dia foram assistindo ao show do Zé Ramalho, depois de abraçar e tirar fotos com ele.
Ok, tudo muito legal, diferente, brinquedos novos. Alguns me davam medo, porém, eu paguei pela "pulseira" que dava direito de andar em todos. Oportunidades não se desperdiçam, ainda mais quando se trata de conhecer o novo.
Lá fui eu, andar nos brinquedos. A montanha russa foi sem dúvidas a que mais andei.
S E N H O R! (não precisa tanto)
Quado subia, devagar, mostrando a paisagem, era legal, mas qdo descia desgovernada dando a nítida impressão que jogaria meu corpo fora a qualquer momento... Eu fechava os olhos, segurava firme e esperava voltar a "trilhos calmos". Assim foi... altos e baixos.
No meio do caminho não me deixaram brincar mais. Em nada! Eu chorei, esperneei, argumentei, expliquei que tinha a pulseira e fiz tudo certo para ter direito a usufruir de suas vantagens. Mas eu falar e nada era a mesma coisa. Aliás, penso que muitas vezes o silêncio era mais "ouvido" que eu.
Me deram duas opções: trem fantasma ou brincar sozinha. Eu e as possibilidades de brincadeiras que não dependesse do que tinha no parque. Por vezes fui no trem fantasma. Era horrível!
Em outros momentos apenas dormia. esperando passar e poder seguir fora daquele Parque SEM diversões.
Porém, eis que por força das circunstâncias aprendi a brincar sozinha, inventei brincadeiras novas e agora eu ensinava outras pessoas a brincar também. Era mais seguro que a montanha russa, mais agradável que o trem fantasma e o mais incrível: não precisava pulseira, eu precisava apenas da Maysa superando, se equilibrando e seguindo.
Deu certo! Sai do "parque" e no caminho achei uma gatinha linda. Dei a ela o nome de Clarice. Ela foi o marco de que a pior parte havia ficado para trás. Passou a ser minha companheira e encantadora de humanos.
Hoje não tem parque, mas o parque me fez aprender que há muitas maneiras de brincar sem estar nele.
O parque passou, eu fiquei.
Maysa de Sá.