ao acordar.

Gotas de chuva no calcário,

idêntica a paz que sinto ao beijar seus lábios.

Na janela um mero detalhe,

gotículas duma noite chuvosa,

irrequieta,

mas que não notei,

pois estava sonhando com a senhorita da camisa colorida e bota preta.

Digo,

esse temporal passou batido,

dormi numa paz,

numa simplicidade,

pois as coisas funcionam assim,

tempestades passam batidas em meio à felicidade.

levanto-me neste gelo ou piso,

o expirar do dia,

com vultos duma noite invivida,

são sentidos.

imagino,

penso,

formulo,

truco!

o dia começa assim,

loucuras e situações mais prováveis,

o que posso fazer e até onde andarei,

aí está uma coisa que não planejo,

todas as manhãs são um novo não sei.

as incertezas fazem parte,

parte desta vida,

que mesmo começando todos os dias,

damos conta dela e no final temos um quadro,

uma arte.

em aos pensamentos,

coloquei em questão.

será que és uma parte da minha vida,

ou uma vida das minha várias partes?

certamente a que me toca,

que me sente,

que me lê,

que arde.

formulei uma confusão,

ele quer falar da manhã ou da moça?

ele vê diferença no sol ou na lua?

ele está fazendo uma difusão?

ele não percebe a tempestade ao sonhar com ela não nua?

estou atrelando tudo,

o café,

o sol,

os pensamentos,

todos presentes nas dobras,

dobras do meu lençol.

as manchas, dobras,

e beijos,

lentas cenas que lentamente me matam,

são fatos duma noite,

que de fato não será esquecida,

pois marcam.

PHP_
Enviado por PHP_ em 13/09/2020
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