Beirinha de mim
E eis que o sabor da manhã te bole ardido, e uma gota branca ao correr dos olhos, diz-te tão tristonho, que por muitas vezes, desses mesmos olhos, lhe fugiam sonhos. E se não bastasse, e digo, isso não basta, as horas, recalcadas, caçoam de ti e te escoram tontas ao girar da mente cujas pernas tronchas, de pesar joelhos, já te monta aos ombros. E te demoras no ninho por saber que as luzes já se apertam todas num clarão de dia que a cortina esconde; talvez a pensar que o que levas de eterno é o nada. Mas eu acho que o que tens deve ser dengue, chikungunya ou só saudade. Me liga, eu prometo que vou te querer na beirinha de mim.