Minhas bonecas
Minhas bonecas,
onde foram parar?
Eram tantas...
grandes... pequenas,
gordas, magras,
loiras, morenas
Todas de pano
feitas pelas mãos de fada
de minha mãe,
que as vestia e enfeitava
como aquelas das vitrines,
que não podia comprar!
Fui crescendo
e, enquanto eu crescia,
elas foram desaparecendo
magoadas porque as abandonei,
não mais atenção lhes dei.
Joguei-as em um canto qualquer
quando passei
de criança a mulher.
Novos interesses surgiram
nada a ver com as bonecas
que haviam sido
meu encanto de criança
minhas filhas,
minhas companheiras
de brincadeira!
Minhas bonecas, onde andarão?
Ainda lembro dos nomes
com que as batizava,
pomposos como os das princesas
das histórias que lia
e relia.
Não sei por que,
hoje me lembrei delas
com saudade!
Deve ser porque meus filhos,
bonecas vivas,
como eu cresceram,
criaram asas e voaram
para longe de meu aconchego.