0 TREM DA EXISTÊNCIA
Quem não esquece o passado, levanta a mão?
Eu!
Chiiiiiii, mas dizem que quem vive de passado é museu...
Que é para a frente que se anda; que quem perde tempo olhando o passado, não vive o presente! E etc etc etc...
Mas eu não me importo. Jamais olvidarei meu passado!
Nele estão minhas raízes. Se eu o eliminar, estarei abrindo um vácuo na história da vida. E há também a hipótese de o passado ser o vagão que descarrilou e se prendeu nalgum dormente, impedindo o trânsito de outros trens que poderiam por ali circular...
Nesse meu vagão, quantas perguntas ficaram sem resposta! Quantos rostos desapareceram nas brumas, mas deixaram em mim, no mais profundo do âmago, imagens fantasmagóricas que gostaria de reencontrar... Aquele sorriso do moço que vendia sorvete na esquina, a chefe de disciplina da escola, de olho, para que não mandássemos bilhetinhos p'ros meninos do outro lado do pátio... quanta ruindade! Não me lembro os nomes, mas os rostos ficaram...
Lembro quando fui barrada na fila do cinema, pelo Juiz de Menores, para ver um filme impróprio para menores de 18 anos! Eu magricela, corpo de menina, difícil acreditar, mas que alívio mostrar minha carteira de estudante e comprovar idade! E pude ver o filme!
Quantos romances sem final feliz, porque naquela época, o que valia mesmo, era o amor!
Como gostaria de reencontrar aqueles protagonistas, sentar com eles num barzinho da época, e concluir assuntos inacabados que ficaram pendentes à época! Saber de suas vidas, se foram felizes, como estão...
Todos eles deixaram um pouco de si, ao passarem por minha vida! Quando se é jovem e cheio de sonhos, a plenitude de um romance, uma amizade, ou até mesmo um simples sorriso, ficam para sempre! São rostos que nos seguirão vida a fora, da escola, da faculdade, do trabalho, das perdas, da solidão de não os ver mais, saber de suas vidas...
Meu vagão é repleto mesmo. Gosto de recordar do passado. Não me traz tristezas, apenas nostalgia! Quem não a tem, em algum momento da vida?
Existem os outros vagões que ainda me acompanham: o do presente; e o do futuro.
Dizem que ficar no passado, é perder a chance de viver o presente! Que seja!
Mas vivo intensamente o presente. Sei que o passado jamais retornará, mas sua lembrança faz parte do meu presente. Sou feliz assim!
Quanto ao futuro, quem o saberá? Mas quando se embarca no trem da existência, de antemão se descobre que nada é para sempre!
Existem muitas estações pelo meio da viagem. O que se viveu, o que se vive, e o que se viverá!
Que venham dias de glória! E se não vierem, que se cumpra o ciclo natural. Numa das estações, o trem parará, o maquinista pedirá aposentadoria...
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Quem não esquece o passado, levanta a mão?
Eu!
Chiiiiiii, mas dizem que quem vive de passado é museu...
Que é para a frente que se anda; que quem perde tempo olhando o passado, não vive o presente! E etc etc etc...
Mas eu não me importo. Jamais olvidarei meu passado!
Nele estão minhas raízes. Se eu o eliminar, estarei abrindo um vácuo na história da vida. E há também a hipótese de o passado ser o vagão que descarrilou e se prendeu nalgum dormente, impedindo o trânsito de outros trens que poderiam por ali circular...
Nesse meu vagão, quantas perguntas ficaram sem resposta! Quantos rostos desapareceram nas brumas, mas deixaram em mim, no mais profundo do âmago, imagens fantasmagóricas que gostaria de reencontrar... Aquele sorriso do moço que vendia sorvete na esquina, a chefe de disciplina da escola, de olho, para que não mandássemos bilhetinhos p'ros meninos do outro lado do pátio... quanta ruindade! Não me lembro os nomes, mas os rostos ficaram...
Lembro quando fui barrada na fila do cinema, pelo Juiz de Menores, para ver um filme impróprio para menores de 18 anos! Eu magricela, corpo de menina, difícil acreditar, mas que alívio mostrar minha carteira de estudante e comprovar idade! E pude ver o filme!
Quantos romances sem final feliz, porque naquela época, o que valia mesmo, era o amor!
Como gostaria de reencontrar aqueles protagonistas, sentar com eles num barzinho da época, e concluir assuntos inacabados que ficaram pendentes à época! Saber de suas vidas, se foram felizes, como estão...
Todos eles deixaram um pouco de si, ao passarem por minha vida! Quando se é jovem e cheio de sonhos, a plenitude de um romance, uma amizade, ou até mesmo um simples sorriso, ficam para sempre! São rostos que nos seguirão vida a fora, da escola, da faculdade, do trabalho, das perdas, da solidão de não os ver mais, saber de suas vidas...
Meu vagão é repleto mesmo. Gosto de recordar do passado. Não me traz tristezas, apenas nostalgia! Quem não a tem, em algum momento da vida?
Existem os outros vagões que ainda me acompanham: o do presente; e o do futuro.
Dizem que ficar no passado, é perder a chance de viver o presente! Que seja!
Mas vivo intensamente o presente. Sei que o passado jamais retornará, mas sua lembrança faz parte do meu presente. Sou feliz assim!
Quanto ao futuro, quem o saberá? Mas quando se embarca no trem da existência, de antemão se descobre que nada é para sempre!
Existem muitas estações pelo meio da viagem. O que se viveu, o que se vive, e o que se viverá!
Que venham dias de glória! E se não vierem, que se cumpra o ciclo natural. Numa das estações, o trem parará, o maquinista pedirá aposentadoria...
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MEMÓRIAS ANCESTRAIS
Setenta por cento do corpo é um mar,
Com o resto somos os reinos naturais...
Carrego instintos de todos os animais,
Em grande sintonia, alimenta-nos o ar...
Tudo que vivemos nos reinos diversos,
Mantemos memórias que nos capacita,
Gerir do que fomos, e conosco, habita,
Bilhões de espécies em louco processo...
Na cadeia alimentar seres compatíveis,
Imolam-se dóceis para serem instruídos,
Num plano superior ao serem digeridos...
Com instinto e razão torna-se possível,
A gestão sofrida, pelos mais evoluídos,
Da raça humana ao destino presumido...
- Jacó Filho -
Setenta por cento do corpo é um mar,
Com o resto somos os reinos naturais...
Carrego instintos de todos os animais,
Em grande sintonia, alimenta-nos o ar...
Tudo que vivemos nos reinos diversos,
Mantemos memórias que nos capacita,
Gerir do que fomos, e conosco, habita,
Bilhões de espécies em louco processo...
Na cadeia alimentar seres compatíveis,
Imolam-se dóceis para serem instruídos,
Num plano superior ao serem digeridos...
Com instinto e razão torna-se possível,
A gestão sofrida, pelos mais evoluídos,
Da raça humana ao destino presumido...
- Jacó Filho -
Muito obrigada, amigo, Deus o abençoe sempre!