Busca

Tenho tentado me encontrar

me buscado, tentando achar

o que de mim se perdeu

Revirando escombros, a vagar

Já não me sinto, onde estarei?

Olho meu reflexo, resquícios

Não me reconheço, o que foi feito de mim,

Não sei mais dicernir a dor, pois dentro do peito amalgamou

Já não sei dizer se fui feliz ou se sou triste, já nem sei mais quem sou.

Nesse afã de novamente me encontrar, tenho deparado com o vazio, até as vozes calaram, aceitaram o fardo, aquietaram, silenciaram meu grito.

Só existe uma imensidão de nada, um precipício, um torpor...dissabor

vasculho, metáforas de mim

cavo bem fundo,

Mãos ensaguentadas tentando encontrar tantas de mim que já foram enterradas, copiosamente, eu vou mais fundo tentando num último ato, me encontrar.

Eu me olho, e não me vejo, tenho vagado, invisível...já não existo.

Preciso me resgatar, reencontrar minha essência, transcender, preciso mergulhar em meu abismo, me lançar nesse precipício onde me perdi.

Preciso emergir, olhar nos meus olhos e sorrir.