Cansaço dos dias
Ando tão cansada de tudo
De tantas batalhas travadas
De olhar tanta guerra de egos
Ando cansada de sofrer calada
De implodir ao invés de explodir
Cansada ferir-me com meus estilhaços
Para não lança-los ao acaso
Eu corto, rasgo-me em silêncio.
...enfado é lidar com tantas incertezas
Estou cansada de refazer tantas e tantas vezes
Queria apenas um momento de paz,
Desse meu mundo de caos...
Queria parar o tempo, por um momento
Somente parar, um instante apenas
Mas estou imersa em tantos tormentos.
Esse cansaço não me abandona,
Cansada de tantas lutas inglórias
Cansada de batalhas perdidas
Cansada de remendar a vida.
Cansada das minhas verdades,
que são apenas verdades pra mim, e mais ninguém.
Cansada de gritar para as paredes do meu mundo, de gritar até perder a voz e ninguém ouvir...
Porque meu grito é mudo, pois vivo num mundo de gente frágil, que não suportaria o que minha alma tenta exprimir.
Vivo só em meio a tanta gente, sou invisível, transparente, sigo só meu caminho, sem lugar, sem ninho, perdida em meus desatinos.
Neste mundo que caminha à margem de todas as desventuras, nem a poesia basta, pra libertar-me desta clausura...
Essa é minha sentença, meu estigma,
encurralada em meus próprios passos mesmo cansada dos dias, me arrasto, mesmo sem forças... até que minha voz seja um brado notório, que abra alguma porta desse lugar frio e inóspito.
Maria Mística
Heterônimo