Exilada
Ouço ao longe, um grito forte
O lamento triste,
Numa noite escura
Como única testemunha
Escura das incertezas
Das dúvidas
Das asperezas
Do porquê da covarde condenação
O lamento da exilada
Em sua pesada jornada
De não ser aceita
De ser renegada
Exilada da pátria
Universo das letras
Sua espada, as palavras
Sua alma, em açoites, ancorada
De seu reino destronada
De seu domínio arrancada
Desde agora, mais além
Sob o manto da anarquia
A exilada, agora pelas sombras
Desnuda sua rebeldia
Recolhe os versos, sua condenação
Seu crime, ser alma livre
Sua sentença, esconder a face
Mesmo por trás de uma máscara
De várias máscaras...
A exilada, não cala sua alma,
Que se agiganta,
Que em silêncio, em cada canto
Leva seu lamento como um eco
Até que seu exílio venha enfim
ter um fim...
A espreita do dia, que as outras
Máscaras da simpatia forçada,
venham pelo chão cair.
Eu posso ve-la a sua pátria,
voltar, sem se esconder
...e junto aos seus poder estar.