Remendos



Um dia o amor aliou-se ao tempo, que sem
uma troca de olhar sequer, em silêncio seguiu.
Enquanto o amor iludido, relutava em ser
e se realizar, mas esperava sempre o tempo.
Encontrando-se cada vez mais perdido,
encantava-se até mesmo com bolhas coloridas
e frágeis, de sabão, querendo que durassem.

As bolhas sedutoras, eram desmanchadas
pelos ventos, feito os sonhos do amor.
Um dia o amor acordou querendo solução, olhou
ao seu redor, sentiu algo mudado. Perguntou 
a si mesmo, porque estava desistindo.

Passou a olhar o mundo, de um jeito diferente,
não compreendeu a sua cegueira anterior,
aprendeu à permitir-se voar sozinho, sem preocupação
com nada, muito menos com o tempo.
Afinal o amor era uma alma presa em um corpo,
ou um corpo preso no tempo, sem se libertar?
Jurou para si mesmo, aos caprichos dele, não retornar.
Desde aquele dia, o amor passou à voar muito alto,
e do tempo, o amor só queria distância.
O amor, aprendeu a ser pleno, sem remendos,
porque o amor tem várias fases, algumas nos completa,
outras nos desconserta. Ficam as dores por inteiro,
os pedaços que se junta, são os nós verdadeiros.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 08/09/2020
Código do texto: T7057669
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.