Remendos
Um dia o amor aliou-se ao tempo, que sem
uma troca de olhar sequer, em silêncio seguiu.
Enquanto o amor iludido, relutava em ser
e se realizar, mas esperava sempre o tempo.
Encontrando-se cada vez mais perdido,
encantava-se até mesmo com bolhas coloridas
e frágeis, de sabão, querendo que durassem.
As bolhas sedutoras, eram desmanchadas
pelos ventos, feito os sonhos do amor.
Um dia o amor acordou querendo solução, olhou
ao seu redor, sentiu algo mudado. Perguntou
a si mesmo, porque estava desistindo.
Passou a olhar o mundo, de um jeito diferente,
não compreendeu a sua cegueira anterior,
aprendeu à permitir-se voar sozinho, sem preocupação
com nada, muito menos com o tempo.
Afinal o amor era uma alma presa em um corpo,
ou um corpo preso no tempo, sem se libertar?
Jurou para si mesmo, aos caprichos dele, não retornar.
Desde aquele dia, o amor passou à voar muito alto,
e do tempo, o amor só queria distância.
O amor, aprendeu a ser pleno, sem remendos,
porque o amor tem várias fases, algumas nos completa,
outras nos desconserta. Ficam as dores por inteiro,
os pedaços que se junta, são os nós verdadeiros.