Nosso horizonte
Misto de sonho e realidade...
O som entrava pela varanda, de onde vinha?
Aquelas musicas estavam entre edifícios,
misturavam-se ao barulho dos carros,
e de repente... Soltei os pés do chão.
Fui?
Não fui a lugar algum,
estava aqui mesmo no meu cantinho favorito.
A sensação era mágica,
como se estivesse na Itália, ao ar livre de uma praça.
E alguém faz serenata, e não seria, pois
era no final de tarde.
O sol estava se preparando para se recolher,
para dar lugar a noite com as luzes onde
meus olhos pudessem ver.
Surpresa agradavel,
seja quem estivesse tocando o saxofone, as musicas
eram as minhas preferidas,
remetendo-me aos lugares dos meus sonhos,
aos pensamentos que estavam recolhidos.
O amor volta assim, toda vez que o deixo de canto,
estravagante, sorriso contagiante.
Essa sou eu,
insiste que fica limitada...
E você diz: Você?
Esse tempo de solidão que não tem mais cara de escuridão,
as decepções não tem mais andar de manequim,
as tristezas não competem mais com espinhos,
a alegria seria espontanea?
Não requer ansiedade.
Um momento que quando estou longe de você,
você vem com suas graças, me eleva e traz de volta
para a praça.
A vida e o tempo tem esse poder,
percebo que quando fico desatenta,
algo acontece, do nada?
Pode ser, desperta-me com o som da vida, minha vida.
Cada dia que passa posso tomar dela uma taça de alegria,
mesmo que o tempo deixe um cansaço, ainda tenho
a varanda
e o som das músicas que levam ao seu encontro.
Por você, por não querer lhe perder
Limito as minhas vontades, de elogiar, de criticar,
Aprendi a lhe conhecer...
Houve um tempo em que pensei que lhe havia lhe perdido,
no meu silêncio, descobri o jeito de não lhe perder.
Quem sou eu?
O que importa nesse momento... O reconhecimento
dos nossos desejos,
o respeito, mesmo distante, meu lado extravagante
escreve poema?
Seria audácia dizer a classificação,
não temos rótulos, títulos.
Voei tão longe dando asas a imaginação.
Lá lhe encontro, no nosso horizonte! Hoje tão mais distante.
Que triste, os meus caminhos
sem você.