Cemitério do passado
Quando eu olho prá passado
Quão me alegro, quão me agrado!
Éramos quase todos burros
E quase todos sábios
Eita! mundo de informação e desenformacão
Mas construía nação, formava sociedade
Na verdade,
Social e anti social
Mas á palavra sobressaia as palavras
E mesmo quando o vento soprava
Continuava sendo á palavra
E não, palavras, palavras,palavras
Caneta e papel existia
Doutor e doutora também
Mais pouco valia,
Aliás! valia
Porém á palavra valia mais
Tempos em que o alpendre da casa
Era o teatro dos loucos
E pouco a pouco
Dia a dia
Os casos e causos contagiava a platéia
Para a magia de dias melhores
Quando eu olho prá o passado
Eu me alegro e fico irado
Quem dera fosse ele como a primavera
Quem dera
Quem dera tivesse fim e recomeço
Infelizmente, só tem começo e fim
Pois uma vez morto
Quem poderá ressuscitá-lo?