Sobre a Noite e Globos Espelhados Se Eu Morasse na França Nº1
Quando acabava de ver um filme, o filme acabou comigo. Não sei. Numa toada assim, meio meia-luz, copo de delicadeza na mesa assim olhando pra baixo. E de repente se põe a dançar, como se num gozo urrando de dor a vida e a morte se unissem e findassem, os últimos minutos do filme encerram o meu nascimento e minha morte. Minha súbita existência, como se aqueles momentos, daquela época, fossem tudo o que fez sentido em toda a nossa vida. Minha agonizante existência. Rápida. Eu fiquei preso naquele filme que acabou. Apaixonei-me três ou quatro. Vivi umas cinco. E morri. Mas sobretudo, morri de amor.