A borboleta anônima

Antes da imaginação ser triste e das palavras desconfiarem dos sábios e suas folhas compreendidas inteiras com a cabeça, por obrigação, e com relógios batendo à porta e em cima deles apenas os telhados, eu faço poesia; a alma ruidosa e primitiva inteira os dedos a uma natureza além dos homens, aos tratados do sol com o horizonte. E meus poemas vividos e datados de amanhã, recém-nascidos ao tempo das primeiras vezes, aproximarão todas as raças como nos pequenos comércios de muro baixo e piquetes onde se avista a mais vária humanidade -misturando-se os faróis nos aproximamos de todas as cores. De outra forma, deixaria de ser-me interessante a vida; como uma borboleta anônima no carnaval.