Filme, chocolate e uma prosa poética
Procuro um romance água com açúcar. Digo a mim mesma que, talvez, seja porque estou na fase mais sensível do meu ciclo. Eu preciso chorar, chega um momento em que é preciso desafogar por dentro. O mundo está mesmo um caos, dear. E você sabe que às vezes eu tenho essas ganas de salvar o mundo e não ser capaz de fazê-lo me provoca fissuras que coleciono em um baú dentro de mim. Talvez seja mais profundo do que a simples biologia. Eu só sei que quando sinto tamanha confusão não há nada como um filme, um cobertor e um chocolate. Mas falta aquele pedaço meu que eu deixei no teu abraço [espero que ter uma parte minha junto a ti te caiba como um afago].
A saudade dói, meu bem. Faz a cabeça pesar. O que eu quero, na verdade, é te ver. Eu sinto que poderia toda a angústia do meu corpo pequeno e desajeitado se desmanchar em poucos segundos do teu abraço. Eu procuro filmes de amor. Aconchego-me nas cobertas. Aprecio a doçura do chocolate. Amor, aconchego e doçura. Quer dizer, eu procuro por você, vê? Em todos os lugares. Procuro por você na minha pele, nas rachaduras da parede. Leio mais uma vez as minhas prosas, pra ver se te encontro perdido em alguma entrelinha. No meio desse caos todo, meu bem, eu choro por amor.
Se te procuro nos livros do nosso autor favorito é apenas porque cada átomo meu deseja viver a nossa história. Eu não anseio pelo nosso final feliz. Eu não anseio pelo final. É que contigo eu passei a desejar o infinito. E entre o ponto de partida e o epílogo, há um infinito de coisas que eu quero viver com você. Eu desejo a calmaria no meio da rotina. Você bebendo café e eu, chá. Desejo as conversas filosóficas sobre questões do universo madrugada adentro. Desejo ardentemente o teu abraço, desejo sentir os teus lábios nos meus. Eu desejo desfrutar dos pequenos prazeres ao teu lado: um filme, um cobertor e um chocolate.