Insônia

A cidade não quer dormir

Esqueceram de avisar a ela

Que há uma pandemia

Que o medo ronda à cada esquina

É a peste, o assalto

A sombra que assusta

O pio do pássaro noturno

O vento rolando a latinha

De algum descuidado

Que sem querer bebeu e largou na rua

Não viu a lixeira que estava tão pertinho

A cidade não dorme

E não deixa ninguém dormir

Buzinas, som alto, ronco de motor

Moto em alta velocidade

E já passou da meia noite...

O sono fica ouvindo isso tudo

Nem se mexe

Estava desacostumado

O silêncio era música de ninar

O barulho o deixa inquieto

Intrigado, curioso quer te ouvir chegar.