FOJO DE NÓS DOIS

Ao ardor que em mim queima.

Toca, pele, toque, boca,

Vozear solto,

Corpos, suores e salivas.

Tocam-se os pêlos,

Suaves toques tocam-se,

Lábios inquietos,

Volúpia, ansiedade, pele viscosa.

Adejo teu jasmim,

Em avidez de língua, zimbório,

Beiçorra, trilha tremula da libido,

Voyeurismo, néctar da carne quente e molhada,

No enxerto que é fojo de luxurias, ervaçal.

Recama-me o galho,

Eu, teu cravo,

Encravo de pêlos,

Fogo molhado em rituais,

Toques, gestos, chios,

Exorcismo amoral à liberdade,

Lábios que choram erradios.

Nós que é um

Galopante, ondulante, nunca estanque

Ritmo forte de explosão interna,

Expele molho cujo gosto seduz sem zurzir.

Liberdade trêmula fincada nas entranhas,

Com jeito, carinho e manha,

Roçar de pêlos no fojo,

Corpos em linguagens rangidas,

Suores, salivas, voluptuosas lágrimas quentes.

Nós dois é alívio, requerer insensato,

É fogo molhado em pêlos farpeados,

Encravados na carne quente e molhada,

De pêlos endiabrados, secretos,

Toques de dois que é um Corpus desfalecido,

Trêmulo de libido,

Pois que é dois o primor de tudo,

O fojo de nós dois.

C.J.Maciel

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Carlos Maciel CJMaciel
Enviado por Carlos Maciel CJMaciel em 22/10/2007
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