FOJO DE NÓS DOIS
Ao ardor que em mim queima.
Toca, pele, toque, boca,
Vozear solto,
Corpos, suores e salivas.
Tocam-se os pêlos,
Suaves toques tocam-se,
Lábios inquietos,
Volúpia, ansiedade, pele viscosa.
Adejo teu jasmim,
Em avidez de língua, zimbório,
Beiçorra, trilha tremula da libido,
Voyeurismo, néctar da carne quente e molhada,
No enxerto que é fojo de luxurias, ervaçal.
Recama-me o galho,
Eu, teu cravo,
Encravo de pêlos,
Fogo molhado em rituais,
Toques, gestos, chios,
Exorcismo amoral à liberdade,
Lábios que choram erradios.
Nós que é um
Galopante, ondulante, nunca estanque
Ritmo forte de explosão interna,
Expele molho cujo gosto seduz sem zurzir.
Liberdade trêmula fincada nas entranhas,
Com jeito, carinho e manha,
Roçar de pêlos no fojo,
Corpos em linguagens rangidas,
Suores, salivas, voluptuosas lágrimas quentes.
Nós dois é alívio, requerer insensato,
É fogo molhado em pêlos farpeados,
Encravados na carne quente e molhada,
De pêlos endiabrados, secretos,
Toques de dois que é um Corpus desfalecido,
Trêmulo de libido,
Pois que é dois o primor de tudo,
O fojo de nós dois.
C.J.Maciel
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