a força reside na sensibilidade

pra ler ouvindo “quando eu caí – fresno”

meu professor de história costumava dizer que a força reside na sensibilidade. por muito tempo essas palavras ecoaram na minha cabeça. eu não entendia muito bem o que ele queria dizer. pra ser sincera, eu não achava que fazia sentido. hoje, quase dois anos depois de me formar no ensino médio, eu criei uma hipótese.

a força reside na sensibilidade

força e sensibilidade

talvez, penso eu, isso signifique que a pessoa sensível tem que ser forte o suficiente pra sentir tanto e aguentar tudo. é muito fácil fechar os olhos, fingir que não está ouvindo a dor latejar as têmporas. mas os que se comovem com histórias de amor, os que se importam com dores que não são sequer suas: nesses corações é que reside a tal da força.

certa vez, um menino me deu uma palheta. ela esteve com ele por anos a fio. memória afetiva, sabe? em troca, ele nada pediu a não ser que eu lembrasse de que sou forte.

esses dois instantes da minha vida se conectaram em um só insight. talvez eu tenha, enfim, entendido que a força reside mesmo na sensibilidade. ou, ainda, na minha própria sensibilidade. e esse pensamento me salvou. especialmente em tempos tão difíceis, em que o meu coração sangra quase que o tempo inteiro. sobretudo porque eu me encarei no espelho. os olhos castanhos fundos e apáticos pareciam dizer “você é fraca”.

a vida, meu bem, é sobre encontros e significados. entende? perdoa se estou tornando a leitura confusa, sei que geralmente sou bastante clara em minhas palavras. é que hoje o meu próprio coração – que escreve por mim – está um alvoroço só.

enfim, as aulas de história significaram muito pra mim. as palavras do professor, eu vou lembrar por um longo tempo. o menino de quem falei significa muito para mim. e, eu não sou fraca. você, que está lendo, têm aguentado tanta coisa. você é forte! a força – espero que se lembre – reside na sensibilidade.

Thais Alessa
Enviado por Thais Alessa em 23/08/2020
Código do texto: T7044479
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