a força reside na sensibilidade
pra ler ouvindo “quando eu caí – fresno”
meu professor de história costumava dizer que a força reside na sensibilidade. por muito tempo essas palavras ecoaram na minha cabeça. eu não entendia muito bem o que ele queria dizer. pra ser sincera, eu não achava que fazia sentido. hoje, quase dois anos depois de me formar no ensino médio, eu criei uma hipótese.
a força reside na sensibilidade
força e sensibilidade
talvez, penso eu, isso signifique que a pessoa sensível tem que ser forte o suficiente pra sentir tanto e aguentar tudo. é muito fácil fechar os olhos, fingir que não está ouvindo a dor latejar as têmporas. mas os que se comovem com histórias de amor, os que se importam com dores que não são sequer suas: nesses corações é que reside a tal da força.
certa vez, um menino me deu uma palheta. ela esteve com ele por anos a fio. memória afetiva, sabe? em troca, ele nada pediu a não ser que eu lembrasse de que sou forte.
esses dois instantes da minha vida se conectaram em um só insight. talvez eu tenha, enfim, entendido que a força reside mesmo na sensibilidade. ou, ainda, na minha própria sensibilidade. e esse pensamento me salvou. especialmente em tempos tão difíceis, em que o meu coração sangra quase que o tempo inteiro. sobretudo porque eu me encarei no espelho. os olhos castanhos fundos e apáticos pareciam dizer “você é fraca”.
a vida, meu bem, é sobre encontros e significados. entende? perdoa se estou tornando a leitura confusa, sei que geralmente sou bastante clara em minhas palavras. é que hoje o meu próprio coração – que escreve por mim – está um alvoroço só.
enfim, as aulas de história significaram muito pra mim. as palavras do professor, eu vou lembrar por um longo tempo. o menino de quem falei significa muito para mim. e, eu não sou fraca. você, que está lendo, têm aguentado tanta coisa. você é forte! a força – espero que se lembre – reside na sensibilidade.