Promessa

Das promessas, o sigilo; e todo sigilo é pouco, e por pouco, um silogismo..., ufa! Foi por pouco. Ladra! Na verdade, minha vó me dizia, “Late!”, mas acabamos por nos superestimar, ou porque ela me dizia para nunca tratá-la por “tu”. São pequenos desvios, essa é a conclusão a que queria chegar, mas hesitamos. A desistência é uma hesitação prolongada do caco, temos uma sede de dizer qualquer coisa sem sentido, com a pressa de provar que existimos. O viés da necessidade cria o seu próprio revés, a promessa não pode ser cumprida, pois nos impele a acreditar e nos impede a articular esta dialética.

Houve uma nota de falecimento, a nota de falecimento de Geraldo do Nascimento de Rio das Ostras. Dessas ironias sutis, acatamos a morte do Nascimento. Uma nota de falecimento que a ninguém interessava escutar o anúncio lúgubre de um altofalante do carro de som, em marcha lenta pela praça, convocando todos a prestar homenagem a Geraldo do Nascimento de Rio das Ostras, dedicados seus serviços à comunidade. A propósito, não era de minha índole, mas passadas outras vezes, alguns olhares arregalarem-se, o véu negro meneando em uma lástima dolorida, ou de ira, num gesto confuso de concordância da negação - nas coxas - forte a bater perna no asfalto e ecoar o salto alto, o que não era de minha conta, porém, ainda desatinava a pérola do falecimento de Geraldo das Outras.

É um modo de ver as coisas..., nunca pensei nisso, isso nunca passou pela minha cabeça – até a nível do imaginário, se manifesta a neurose no discurso – mas deve existir lá na roça (longe de mim) beleza rústica