Chicotes em lombos, a história de uma ferida a carne viva

Ouviam-se os chicotes

Gritarem ao lombo da costas

As lágrimas escorriam ante ao troco

Inundando o sagrado solo

Sangue que vertiginosamente vertia

Manchava a pele branca escravocrata

Respingos doloridos aclamados

Pela plateia ensandecida e alvoroçada

Eram comuns em nossos dias

Tamanha desgraça anunciada

Ouvíamos os chicotes oh! Deus

Dos miseráveis infortúnios dos pobres

Clamores silenciosos e lacrimais

Gritavam as almas apedrejadas detrás

Em mais uma esquina de sofrimento

Ouve-se de todos os lamentos

Aqueles que por filhos foram segregados

Perdoa-lhes oh! Deus o infortúnio

De terem nascidos pobres, negros e moribundos

Com alvos escritos em suas costas

Que um dia oh! Deus ouçamos gritos

Não mais de chicotadas em lombos

Mas de júbilos, liberdade e justiça

É esse o meu singelo clamor