04.08.2020
Ontem fiquei desolada. O passado caiu sobre mim como uma avalanche de lembranças.
Queria minha vida de volta: a vida pessoal e a profissional. Chorei os anos — tantos! — que me foram roubados por uma doença que não conhecia. Anos de sofrimento intenso, de desesperança. Amanhecia e anoitecia no quarto escuro, sem futuro. Meus pais e, depois, apenas minha mãe segurando-me as mãos, até que não os tive mais; os dois se foram.
Cerca de duas horas depois, sequei os olhos e pensei em gratidão, não só a eles.
Preciso agradecer a Deus por estar, há dez anos, curada de uma doença que, segundo sempre ouvi dizer, não tem cura. Esta cura é completa? Não sei.
Preciso agradecer a meus amigos que, nos momentos mais difíceis, revezavam-se, a fim de que, a cada dia, um deles pudesse estar comigo. Sei que não teria sobrevivido sem eles.
Agradeço à maravilhosa família que recebi como um presente e que encanta meu mundo.
Agradeço também, aos céus, por saber que você está aí: o meu amigo.