A difícil busca da transformação humana...

""" Sabendo-se que as pessoas que mais buscam os inesgotáveis recursos da fé, são principalmente aquelas pessoas cujos corações manifestam pública e notoriamente serem portadoras de características tais como o amor fraterno, a contrição, a generosidade, a harmonia no convívio familiar, profissional e social, a complacência, a receptividade, o equilíbrio psicológico e mental, a resistência física e moral, a maleabilidade temperamental, e o profundo grau de resiliência humana diante das vicissitudes que o mundo oferece a todos os seres vivos...

...E se, mesmo ao serem confrontadas pelas dificeis circunstâncias do cotidiano, ou ainda pelas mais desanimadoras adversidades da vida, tais diferenciadas pessoas mantém suas rotas prévia e fervorosamente traçadas, mais sua admirável e quase assustadora força de vontade para se levantarem a cada queda sofrida...

" " Eis que então permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas destes o maior é o amor. " "

(1Coríntios 13.13)

...Então, por quais "terríveis" motivos todos nós, os demais indivíduos resfolegantes quase sempre egoístas e fracos na fé, que tanto as criticamos exatamente por serem como são, não tomamos tal difícil mas por certo recompensadora iniciativa de, paulatinamente, também buscar moldar os nossos próprios corações assim como elas o fizeram; quiçá mesmo, para alcançarmos tal nobre objetivo, dispondo-nos até ao menos tentar fazer uso daqueles seus fervorosos e quase divinos parâmetros de transformação vital?

Quem sabe assim venhamos a perfilar e conviver com tais diferenciadas pessoas, passando assim a viver também como essa gente humilde que ama, perdoa e encoraja até os próprios inimigos gratuitos declarados, dando-lhes não só a outra face, como o próprio coração, deveras amoroso e perdoador?...

...Gente essa que representam alguém muito especial, certamente o próprio Deus a diferenciar e amansar seus olhos e semblantes, Ele mesmo, o próprio Deus! sempre e sempre presente em suas vidas... Ele mesmo, o Senhor dos Exércitos! em quem tais diferenciadas pessoas depositam tanta fé para transporem os naturais obstáculos seculares, como assim para tudo suportarem sem ira destrutiva ou ressentimento, e ainda se permitirem humildemente serem levantados como artífices da quase utópica vida em harmonia, amor e fé, nesta dificílima convivência humana moderna que ora tanto tememos e da qual cada dia mais medrosamente nos afastamos.

Tem bom tempo já que deixou de despertar curiosidade, aquela figura isolada do indivíduo pensativo fumando ou bebendo, enquanto ali decididamente afastado do seu grupo social.

Aliás, se nem mesmo nos dispomos a aceitar e amar aqueles que vemos diante de nós, como poderíamos aceitar conviver, conhecer, respeitar, amar e seguir quem não conseguimos enxergar diante de nós?

Mas que tal seria, se mesmo assim incrédulos e recorrentes pecadores, ao menos tentássemos começar hoje mesmo a trilhar o árduo mas deveras transformador caminho do amor ágape, da fé e da esperança?... """

" " Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem. " "

(Hebreus 11, 1)

Assim, cada qual no âmbito das suas próprias crenças e práticas espirituais, mesmo que adrede sabedores do quão difícil será tal necessária transformação vital, busquemos antes aprender a dividir com os que ainda nos querem bem, as nossas antigas e bolorentas cargas geradoras de amargura, isolamento social, espiritual, e de incompletudes humanas... ...quais sejam o desamor, o egoísmo, a indiferença, o orgulho, a soberba, a inveja, as desatreladas ambições, a desmedida vaidade, e as moralmente miserabilizantes ganâncias materiais.

E por mais dificil que seja tal desapego, após dividir e largar pelo caminho tais pesadas e inúteis cargas, que tenhamos a necessária força de vontade para não mais ali retornar para buscá-las e novamente lançá-las sobre os ombros cansados.

Bem ao contrário, busquemos aprender verdadeiramente e praticar cotidianamente a empatia, o perdão e a misericórdia.

Quebrando um naquinho a seriedade do presente texto, além das minhas habituais leituras bíblicas, aqui confesso que busquei inspiração em alguns personagens ficcionais para a produção deste texto... Até mesmo porque na novela global "Mundo Novo" chamam a atenção de todos o inquebrantável amor e a admirável retidão de caráter de Ana e Joaquim; a doçura da Princesa Leopoldina; a voluptuosidade passional do Príncipe Dom Pedro e Domitila; a sensatez, o amor platônico e a fidelidade política de José Bonifácio, sem esquecer a mortífera inveja de Greta.

Já em "Êta Mundo Bom" destaca-se a doçura, o amor e a esperança de Candinho e Filomena; a firmeza de Maria; a boa esperteza e a ternura das crianças Alice, Pirulito e Cláudio; a canalhice de Sandra e Ernesto; a ternura de Osório no trato com Geruza, a neta da amorosa Dona Camélia, proprietária da pensão; a generosidade, desvelo e amor do professor Pancrácio; a disposição exemplar de Zé dos Porcos; a apaixonante ingenuidade de Mafalda; a frouxidão e avareza de Quinzinho, e a ganância hercúlea de Cunegundes.

Isso tudo é vero, até mesmo por que vocês também devem ter visto. Não que eu seja viciado em novelas...

Para encerrar, aconteceu-me uma pequena e misteriosa intercorrência... ...Quando ali estava eu a três ou quatro tecladas do ponto final deste texto, acreditem, ouço o chamado da atenciosa e prestativa carteira, trazendo-me o boleto anual da manutenção do nosso jazigo no cemitério Jardim da Saudade.

Isso poderia ser um sinal dos céus, aviso ou premonição?!? Não sei dizer... ...O que sei, isso bem sei, é que preciso melhorar urgentemente a minha maneira de escrever, e as minhas próprias maneiras de ser. """

Armeniz Müller.

...O arrazoador poético.