O chamado dos ventos ao voo dos passarinhos

Às vezes tenho a impressão, antes de escrever um texto, que vejo a realidade como que por uma janela. A realidade se reduz a sutis impressões e as pessoas concordam em manter em segredo este doce sentimento, sem o perturbar.

A realidade me vem como impressões e sensações, como ventos que batem em uma janela. Me deixo perder nas meras lembranças e percepções vagas. Elas vem como em um fluxo constante em uma correnteza de éter invisível e indescritível.

Me pergunto por que não busco refúgio na ciência, na mecânica e no cálculo. Por que me abandonei e me deixei embriagar imerso em tanta luz, cores e sentimentos docemente efêmeros?

Sem culpa bebo mais deste vinho. Brindo com amigos de todas as cores a história que nunca tem início, meio ou fim. Quem nunca vive estas prosas ainda não parou para viver. Sucumbe ao resistir ao chamado dos ventos ao voo dos passarinhos.

Wendel Alves Damasceno
Enviado por Wendel Alves Damasceno em 15/08/2020
Código do texto: T7036601
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