03:30
Na ânsia pelo amanhã, sucumbo aos fantasmas do passado.
Carrego nas costas marcadas o peso de minha dor latejante. No rosto, os olhos pintados de vermelho — um vermelho escarlate — deixam escorrer as flácidas e desbotadas gotas que percorrem e golpeiam cada partícula do meu ser. E do meu não-ser.
De tudo que eu podia ter sido e não fui,
de tudo que eu podia ter amado e não amei.
Nas horas tardes celebro a infindável incompletude do meu ser.
Sou o que sou e o que não fui.