VERSO XUCRO

Repontam aqui versos xucros

Corcoveando nos pensamentos

Como no tilintar das esporas

Verso cru de pura inspiração

Golpeia os traços e linhas afora

Remoendo palavras de outrora

Saí perdido galopeando parafraseando

Das estrofes sentidas de agora

Então eu abro a porteira do coração

E vejo nos traços um relampejar

senti na pele um arrepio, e o vento frio

Soprou no candieiro como um assobio

Escrevo por completo versos xucros

Não descrevo com os retalhos

Pois não vejo a vida por fresta

E de minhas linhas não gosto

De parear no eito e fazer reparos.

Em noites sombrias onde a lua

Se esconde, perpetua a luz

angelical dos vagalumes

Na minha xucra adversidade

Abdico meus sonhos e escritas

Na nostalgia da perene madrugada

Distantes e dispersos pensamentos

Galopam numa vasta imensidão

Que até os cascos destes versos xucros

A própria razão desconhece.

Verso que não permite ser domado.

Alma que expande, coração que pulsa

Repulsa e não aceita o boçal,

Poesia galopa em disparada

Plantando sementes nesta invernada

E no alto cume deste verso

Vou ao topo da fonte sagrada

Saciar a sede destas estrofes minguadas.

É deste jeito que descrevo este

verso curto xucro e aporreado

Com os calos dos manotaços da vida

Escrevendo versos sem mão parida

Pra se soltar no laço comprido

Os oito tento trançado e aqui

Bem pialado nos pensamentos dispersos...

Galopeando pelo tempo os meus

Infinitos pensamentos diversos.

Seu eterno menino
Enviado por Seu eterno menino em 07/08/2020
Código do texto: T7029079
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