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Seja quem for, homem ou mulher, pobre ou rico, os seres humanos necessitam de no mínimo, atenção!
Precisam ser ouvidos e serem ouvidas suas histórias, sejam estas importantes ou não, para aquele que se propõe ouvir, pois para si, aquele que anseia se fazer ouvido sempre será importante de ter a sorte de ter alguém que demonstre se preocupar um pouquinho, com o que tem ele a dizer. Isso, não tem dinheiro que pague, não!
E quando senti essa necessidade de desabafar com alguém
Me acontece, isto:

Num fim de tarde, de um dia qualquer estava eu em frente a uma loja, na verdade uma boutique de artigos de moda feminina, esperando minha filhinha.
Fazia um friozinho convidativo pra estar naquele momento debaixo de um acolchoado, tomando um café ou um chá bem quentinho, vendo algo na TV ou de minha preferência, ouvindo um radinho...
Mas como disse estava eu defronte aquela loja a espera de minha filha que escolhia alguma coisa que usaria naquela mesma noite, numa festa com as amigas!
Tive o pressentimento e a sensação que não demoraria, o frio teria a companhia de uma chuvinha gélida e fraca, o que tornaria ainda mais agradável, estar sob aquele cobertor quente e pesado.
Fiquei dentro do carro, com apenas o vidro de minha porta, mais fechado que aberto pelo friozinho que estava fazendo e ainda soprava um ventinho cortante, pra ajudar.
Entre uma musiquinha e outra (internacional anos 80-década de ouro, minhas prediletas), rabiscava umas palavrinhas, versos de um poema criados de improviso, meu vício bom que adoro fazer desde sempre.
O limpador intermitente, tentava desembaçar a bruma do para-brisas, cada vez mais espessa.
Como tinha certeza que a demora não se faria pouca, conheço bem minha filha, conheço de certa maneira, bem as mulheres que sempre parece saberem o que querem, mas como são muito exigentes..., a pressa de quem as espera, nesta hora é pura ilusão, e em vão!
De repente reparo me encarando, uma linda jovem de cabelos cor de fogo. Brincadeirinha, era ela uma manequim com uma peruca ruiva, que estava na vitrine e usava uma bonita blusa feminina, ...da moda!
Senti uma coisa inexplicável, naquele momento! Não saberia definir, mas senti uma necessidade premente de desandar a falar e foi o que eu fiz...
Falei tudo e mais um pouco, das coisas que tentava dizer a alguém igual a mim que anda, corre, dorme e acorda, que chora e ri, mas que nem sempre ou quase nunca está disposto a lhe ouvir, a me ouvir. Mas ela, a ruiva bonitona não, essa estava ali imóvel e prestando uma atenção enorme nas baboseiras aa quais falava, esse maluco.
Um maluco que arrancava piadinhas e gracinhas de muitos que cortava nosso papo, passando a nossa frente.
Diziam coisas do tipo:
-Olha lá, o doido querendo namorar a boneca;
-Ou, que loucura! Mas também, tem cada maluco solto na cidade;
-E por aí vai...
Pensa que liguei?
“Nem tico, nem taco, como dizia minha falecida mãezinha” (que Deus a tenha no Seu Reino da Glória)!
Não demora, depois de quase uma hora de conversa (passou rapidinho), percebi e não sei como, uma gota parada no canto, num dos olhos da boneca.
A chuva ainda não havia vindo (e não sei se de fato, viria) e ainda nem serenava.
Então o que foi aquilo? Me perguntei!
O que era..., de onde vieram aquelas gotas?
Não sei explicar mesmo!
Nuca me senti tão aliviado!!
Depois disso, quem chorou fui eu!!!
SERRA GERAL
Enviado por SERRA GERAL em 03/08/2020
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