O silêncio de um ser
O Silêncio de um ser
Por: Valdemira de Albuquerque
Contemplei o nascer do Sol, o canto dos pássaros ao alvorecer e nisto senti a presença do Deus infinito. Olhei a água do mar e refleti a força de sua imensidão, a brisa leve, suave tocou meu rosto; o vento soprou meus cabelos, senti o cheiro do mato embrenhado na relva, toquei o espinho da flor que inebriava com seu perfume de amor. Admirei o por do Sol. Ah! O por do Sol tão lindo! Em si trazia as fortes cores do arrebol.
No crepúsculo do entardecer vi as aves em bando regressarem aos seus ninhos, olhei o véu do céu escurecer e ouvi cantar outra vez os passarinhos. Não demorei a deleitar-me com o brilho das estrelas circundando o luar. O luar tão prateado parecia um Sol dourado de uma noite singular. Abracei forte a razão, viajei numa canção no silêncio a falar.
Um instante, um amigo, um semblante. Marcado pelo tempo, tempestades inconstantes. Aproxima-se: Fala mansa, olhar altivo; carrega consigo a experiência vivida e a doce paz de um sorriso.
Espere! Um café, dois cafés, outro café... Um abraço que acalenta suave a alma, assim tão simples... Sem nenhuma explicação fala o silêncio de um ser “vou rasgar meu coração” e com firmes e claras palavras fala com a voz e a razão silenciando o ouvir tocado pela emoção.
Silenciaram-se as falas que tão forte ecoavam vindas em minha direção. No silêncio das palavras o olhar firme imperava frente à inquietação, ressalta ainda exclamando e como um poeta entoando fala sobre o verbo amar. Diferente da paixão “o amor é uma escolha”, todavia, nesta vida escolhemos a quem queremos amar.
O amor é companheirismo, verdade, paz, carinho, tranquilidade, duas almas a se encantar. Parei no tempo e no espaço senti na alma um regaço como o impacto de um trovão, respirei profundamente e vi o passado e o presente face a face em minha mão. Olhou-me fraternalmente em tempo real, presente, indagou-me com atenção “acreditas nisto ou não?” Mergulhei no olhar profundo tal água límpida do mar, respondi com exatidão. “Sim”. A vida é feita de escolhas decido com livre arbítrio a quem quero amar ou não. Pois, o amor é calmaria, é entrega todo dia corpo, alma, coração. É um sentimento sublime, um gesto de doação.
No silêncio das palavras fecharam-se as cortinas do tempo no crepúsculo do anoitecer, soprava uma brisa fina tal semblante de menina vendo a lua incandescer. Tinha o céu tanta beleza com uma imensa clareza parecia o amanhecer. Inebriados na magia, enfim, o silenciar das palavras perpassava de alegria a grandeza de um ser.