Um pressentimento do Infinito
No aceno fulgurante das estrelas
E na comoção que sinto ao vê-las,
Tenho o vislumbre do amor da Divindade,
Um pressentimento do Infinito me invade...
Toda vez que olho o céu noturno,
Que, pela sua escuridão abissal,
Pode até nos parecer soturno,
Sinto que o viver humano é imortal!...
O lume dos astros é um convite aos humanos
Para que ousemos desvendar os oceanos
Do Cosmos, em toda a sua vastidão...
Sistemas de sóis e galáxias colossais
São lembretes das exuberâncias siderais
Que nossos filhos um dia alcançarão!...
Mas nem as maiores maravilhas da tecnologia
Poderão ir tão longe quanto nossa alma um dia...
Somos espíritos eternos criados por Deus,
Nosso itinerário é o caminho da sabedoria...
Vamos aprendendo por meio da Filosofia
E também deslumbrados com os celestes museus
Que são os fenômenos cintilantes do espaço:
De longínquas eras e bem mais duradoiros que o aço.
Por isso, quando medito na imensidão infinita
Que nos cobre com seu manto desmedido
Sinto que a existência é absolutamente bonita
E que, para além do mundo, há o Amor jamais vivido.