Um jeito de sentir
O riacho escorrendo em seus pés.
No centro do mundo,
do seu mundo, reconstruído.
Esquecendo o outro lado da estrada,
a vida acontece. Difícil foi chegar
a esse estágio da paz.
Sem poeira, só o vento purificando o ar,
exceto pelas folhas vez por outra
que se desprendiam
fazendo acontecer a poesia agradecimento,
por vivo estar.
Eles voam, eu voo, eles cantam,
eu escuto, aproveitando a beleza ao redor.
Passeando pelos céus, brancas nuvens
que enfeitam o dia.
Àquele olhar inquieto que subia, descia,
ou ia...
não sei o que ainda procurava,
na folhagem das árvores, se perdia.
Ao lago, barquinhos de papel
banhados pelos raios de sol,
levariam recados molhados
de amor, em palavras, em grito, seu eco
ressoaria ao léu.
Quem sabe os sonhos ao criarem vida,
não iriam esperar a lua em separado.
À beira do lago, em volta,
as flores, os pássaros,
a flor esplêndida do serrado, do verde ao azul,
a transparência da alma, nas águas
refletida a imagem calma.