Grito do desespero
Sob a escuridão da noite eu me escondo
E a luz do sol eu renego
Quero ser um pássaro livre
Num lugar de escarnecedores.
Abutres a procura sedenta
De carne fraca
O meu eu.
Pelo tempo infinito eu me perco
Queria ser um projeto perfeito
De alguém que um dia eu fui.
Sou eu o tudo e o nada
Na multidão não sou nem notada
Que ser desprezível sou eu.
Sinto o frio da morte chegando
Refugio-me então em um canto
Pois ajuda eu nunca terei (terei?)
Á beira do desfiladeiro
Gritos de desespero
E a morte entrego-me então.
Sinto uma luz em meus olhos
São as lâmpadas de um dormitório
Me acharam?
Se importaram?
Mas ainda estou na solidão.