Ela
Não foi minha mãe, nem avó, nem irmã, mas foi minha prioridade por muitos anos.
Não me criou, nem me ensinou, mas me deu a oportunidade de aprender inúmeras lições.
Entre elas, a da doação e dedicação.
Não tenho seu sangue, não tenho sua herança, mas terei sempre as lembranças de uma convivência diária e intensa, que criou uma ligação afetiva recíproca.
Não choro sua morte, festejo sua vida longa.
Não lamento sua ausência, me alegro com suas memórias.
Não dei a ela tudo o que me pedia, nem tudo o que merecia, mas dei tudo o que tinha de mais caro: meu tempo, meu espaço, meu pensamento, meus cuidados, meu carinho, meu respeito.
E ela era grata a mim.
E eu serei sempre grata a ela.
(Para Amenaide, 27 Outubro 2019)