A CIDADE E A ROÇA

Cidade?

Deus me livre desse asfalto quente

Tem até estrada com dormente!

Da roça eu lembro do riacho

Com aquela brancura corrente

Até os bois bebiam água com a gente!

E na colheita? Quanta cana, quanto milho!

A palhoça tão bacana

E as galinhas gordas não davam um pio.

Tudo isso por que?

Eu levantava cedinho procurando a claridade

Ainda com o barulho dos passarinhos

Assanhados de felicidade.

Que vida boa! Depois do café com broa

Eu ia pra roça e trabalhava

Com a enxada "tira-prosa"

Até que o suor pingava e eu visse o céu cor de rosa

Todo pintado de andorinhas voando

E a tardinha vinha chegando.

Com o corpo cansado mas feliz

O coração me dizia: "Está na hora da ave-maria !"

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Texto de autoria do meu saudoso pai, Constantino Rêgo, em julho/1977.

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 24/07/2020
Código do texto: T7015385
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