Saber a Tudo se Saber a Nada


Quais as nossas expectativas? 
Quantas coisas que desejamos estão ao nosso alcance ? Se não for agora, quando? Será que vai sobrar um pouco pra mim? Para onde vamos ?Quem nos vai guiar até lá? Como será quando lá chegarmos? 
Acho que será assim...

Indecifrável até que consigamos viver novamente um presente. O milagre que desfrutamos parece naturalmente, originalmente insignificante. Mais não sabemos ainda, ou jamais saberemos o que é nos depararmos com o nada. Sabemos o que é o nada? Não. Pois estamos cercados de tudo. Temos o tempo. Fugaz, contínuo, sem sê-lo. Temos o passado o presente e o futuro, mas são condições sobrepostas. O mundo está cheio de amostras que temos os três tempos na atualidade. Podemos estar vivendo o futuro de uma aldeiazinha que vive na idade média, em algum lugar, ou antes até. Os animais e a flora também nos dão mostras que coexistem em diferentes tempos, algumas se encontrando nos primórdios da escala evolucionária. 

Outras respostas que buscamos parecem um grande mistério, se e somente se, considerarmos um tempo longo, muito longo. Mas não é que este tempo longo não exista. Existe na sua longitude, a qual para nossa condição de hoje parece misteriosa, mas na vida de uma estrela, talvez seja insignificante, e as mesmas respostas parecem ser simplesmente lógicas. Considerando a própria condição da Estrela, por exemplo, tamanho, localização, etc, teremos algumas respostas que já não serão tão misteriosas. Mas existem condicionantes tais como o espaço, isto mesmo. A relação espaço/tempo é imprescindível para que não conheçamos o nada. E assim vamos construindo uma espiral de respostas, na repetição cada vez mais profunda e de novo temos a sensação do mistério. 

Entretanto é este mistério que nos inunda a alma, que nos desafia e motiva a sermos mais. Sermos menos matéria e mais energia. E neste momento nos deparamos com a grandeza da morte. Estágio que nos reinicia no permanente que é o tempo e nossa alma. Sendo o tempo em si mesmo a morada ( espaço) de nossa alma. 

Entretanto o tempo e a nossa alma sempre estiveram conosco e parecem, olhando por este prisma, as cores ( energia de luz) que sempre iluminará cada um, ajudando-nos a melhorar a cada existência. É lindo despertar para os mistérios sem sentir receio do que possamos descobrir. Complexo ou não a cada etapa, a cada descoberta, isto é eternidade. O encontro ou reencontro com nossa humanidade rarefeita e instalada no tempo, compondo o tempo/alma um decifrar de tudo. 

Muito boa esta sensação de pertencer a tudo, depois de simplesmente pensarmos que não somos nada. Quem diria? Somos tudo, e só nos entendemos assim quando nos reportamos a inexistência do nada...

In: ‘Saber a Tudo se Saber a Nada’ Prosa de Ibernise. Barcelos(PT), 20MAR2018. 
Ibernise
Enviado por Ibernise em 23/07/2020
Código do texto: T7014602
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