PALAVRAS...

Palavras... Só palavras. E elas buscam me fazer menor do que já sou.

Como eu posso pensar em algo transcendental, como tu lavras, se eu

sou humana, feita de carne e osso? Se sou carne, busco, desejo,

quero a carne!

Não por ser a carne, mas porque preciso do toque, do som, do calor, do cheiro. Isso sempre foi assim, desde o homem primeiro. E disso tenho certeza, porque o homem é um ser social por natureza. Ninguém vive, ou sobrevive, sem precisar de outro alguém.

E sou triste sim. Também, não pela falta da carne. Mas, pela ausência

enfim, de alguém que compreenda minhas reais necessidades. E ainda

que eu sentisse a falta da carne, não estaria fora da realidade, não seria errada. Ah, mas tu não entendes nada! E pensas que podes desvendar meus mistérios por meia dúzia ou um pouco mais de palavras... Só palavras. Mas, elas ferem, machucam. E em nada se diferem do real, daquilo que chamas mediocridade material. Mais uma idéia tresloucada.

Tu de fato não entendes nada! Palavras... Só palavras. E elas podem te edificar tornar-te grande, te consagrar e até tornar-te mais humano. Mas, também, podem te arrasar, promovendo toda a sorte de desenganos, ou o maior castigo! Palavras... Só palavras. Mas, as tuas acabaram comigo...