Tua voz

Aqui está o sono quase a me derrubar...

Por estes psicotrópicos e ansiolíticos,

Mas é tão duro, tão difícil,

Tua voz ouvir,

E não vir o desejo de tê-la cantarolando, sussurrando,

Aqui agora,

Aos meus ouvidos...

Já me vem aquela doce,

Agradável,

Deslumbrante sensação,

Dos teus dedos a deslizar pelo meu corpo,

Para que depois genuinamente,

Eu tenha o prazer de acariciar tua nuca,

Enquanto, por de baixo de tua roupa,

Levemente,

Respeitosamente,

Lhe dou meu carinho...

Tais momentos, deixam-me feliz, como nunca.

Saudade é algo que dói,

Dor sofrida que não cessa,

Porém,

Vem o medo,

Da mesma saudade,

Tornar-se assim tão de repente,

Algo que perdure, para todo eternamente.

Tudo que resta a este pobre poeta,

São suas preces,

Sua caneta,

Seus versos,

Para que seu medo,

E seu pensamento, desanimador e triste,

Enfim, não se concretize.

Ouvir-te,

Voz angelical,

Não me permitiu dormir de imediato,

Mas por favor não me entenda errado,

Afinal foi bom,

Trazer-me belas lembranças,

Sonoras e visíveis,

Quem sabe devido a tal,

Eu sonhe contigo, sonhos sublimes, incríveis, sem igual.